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O acidente de Montparnasse completa 129 anos!

Foto do escritor: LumiLumi

França, Paris. 22 de Outubro de 1895.

O caos se instaurou na estação Gare Montparnasse quando os freios não foram capazes de parar a locomotiva a vapor 721, que atravessou o terminal, caindo do segundo andar da estação e ficando pendurada. O acidente durou segundos, mas sua memória perdura em algumas das fotografias mais interessantes da história.

O trem Granville Paris Express saiu de Granville dentro do horário planejado naquela manhã, às 08:45. Carregava três vagões de bagagem, um vagão postal e seis vagões carregando os 131 passageiros. No caminho para Paris, a velocidade inicial não foi a esperada, e o maquinista decidiu acelerar a locomotiva. A velocidade permitida nas ferrovias da época era de até 35 km/h, mas o trem se aproximava da estação entre 40 e 60 km/h. 

O maquinista aplicou o freio de ar comprimido para parar a locomotiva lentamente, mas os freios pareciam não funcionar. Naquela velocidade, o maquinista tinha menos de segundos para resolver o problema. O que aconteceu foi uma falha em parar o trem, que atravessou os para-choques, 30 metros do piso da estação, e uma parede de 60cm de alvenaria, caindo de uma altura de 10 metros na praça abaixo. A frente da locomotiva pousou no chão, segurando na parte de trás o tender (vagão onde fica o carvão e reservatório de água).


Locomotiva caída em fachada
Locomotiva destrói fachada da gare


Milagrosamente, não houve nenhuma fatalidade entre os passageiros e tripulação do trem, embora 6 pessoas tenham ficado feridas, incluindo o foguista, dois condutores, dois passageiros e um pedestre que andava pela praça.

Infelizmente, o acidente não foi livre de fatalidades. A locomotiva caiu sobre uma banca de jornal, que estava sendo operada por Marie-Augustine Aguillard. Era o marido dela que normalmente operava a banca, mas ela estava o cobrindo enquanto ele buscava mais jornais. Quando ele retornou, encontrou-a esmagada pelos escombros. O local do acidente foi fechado pela polícia por 4 dias, enquanto se investigava a razão por trás do acidente. 

A vista, exposta ali mesmo na praça de Montparnasse, atraiu multidões. Resultando nas inúmeras fotografias do acidente. A câmera fotográfica havia recém sido inventada. 


Acidente em gare Montparnasse, populares analisam a situação.
Acidente em gare Montparnasse

Eventualmente, trabalhadores puderam começar a limpar a área. Inicialmente, tentou-se usar 14 cavalos para puxar a locomotiva do lugar, o que não deu certo. Então, importam do Reino Unido um guindaste a vapor de 250 toneladas e, com ajuda de 10 homens, eles abaixaram a locomotiva e depois cuidadosamente a reergueram de volta para o segundo piso da estação. 

A partir daí, outras locomotivas levaram os vagões da estação, e a locomotiva foi levada para o concerto. Surpreendentemente, a locomotiva e vagões sofreram poucos danos, sendo rapidamente consertados e voltando ao serviço. 

A investigação policial concluiu que o maquinista, que tinha 19 anos de experiência, tentou compensar o atraso, e acelerou a locomotiva, ignorando vários pontos antes da estação onde o freio era recomendado. E, quando ele finalmente tentou aplicar os freios, o sistema de ar comprimido não respondeu imediatamente, devido à alta velocidade. O maquinista tentou resolver o problema na hora, mas isso desperdiçou tempo precioso, quando a locomotiva já devia estar diminuindo a velocidade. O foguista, por sua vez, só prestou atenção ao que estava acontecendo quando já era tarde demais, e o freio de mão aplicado por ele não foi o suficiente. 

O foguista foi multado em 25 francos. O maquinista foi condenado a dois meses de prisão, e uma multa de 50 francos. A companhia que operava a locomotiva se comprometeu a ajudar financeiramente os filhos da vítima, após pressão popular.

O acidente de Montparnasse foi um marco histórico em sua época, e hoje é relembrado através da fachada do Parque Mundo a Vapor.






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